Eu acho que foi através dos jornais que cheguei ao escritório de Pierrot. Só não sei precisar se foi pela matéria na coluna de ciências ou nos classificados que trazem a pessoa amada em três dias, num quadro espremido estrategicamente entre as diferentes ofertas de materiais para escritório, massagens sueco-tailandesas e sexo fantástico e discreto com quase mulheres.
Você sabe como é, a memória anda de braço dado com a vergonha e nos esconde os momentos inglórios descaradamente. Logo, peço antecipadamente minhas desculpas, pois vou tentar descrever essa minha quase-memória como uma confissão, sem poupá-los dos detalhes ridículos que gostaria de esquecer.
Sempre fui um solitário cético e recluso. Viveria tranqüilamente indo de casa para o trabalho religiosamente sem buscar qualquer distração que me forçasse a sair de minha toca ou me afastasse de minhas coleções de livros.
Mas havia Lígia em minha vida.
Somente Lígia conseguia me arrastar para rua e me pôr em contato com outros seres humanos, contra minha vontade na maioria das vezes.
Ela era solar e mística, adorava dançar, conversar nos bares e perseguir uma resposta existencial. Eu era totalmente o oposto mas, hipnotizado pelo amor, fazia tudo que ela me pedia, tudo mesmo, sem reclamar ou demonstrar mau humor.
Mas ela sabia do que eu não gostava. E sempre arranjava uma forma de me criticar ou de expor minha "cárie cínica", minha total falta de fé.
Be Like Mike
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I really wanted to be like Mike. For a kid dreaming on the dreamteam, it
was awesome.
I really did, I wanted to jump like Mike, guard like Mike, and e...
Há um dia
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